domingo, 18 de maio de 2008

Minc nega arrogância e afirma que não vai impor condições ao presidente Lula

O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou neste domingo, ter sido mal interpretado nas colocações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo de ministro do Meio Ambiente, em substituição à senadora Marina Silva.

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim, vindo de Paris, Minc afirmou que "arrogância seria imaginar que ele pudesse enfrentar os problemas ambientais do Brasil, que são 100 vezes mais complicados que os do Rio de Janeiro, sem ter o mínimo de condições de trabalho".

O secretário disse que levará amanhã (19) ao presidente Lula propostas e não exigências para aceitar o convite e assumir a pasta do Meio Ambiente.

"Eu não vou impor condições, mas sim levar propostas, que na verdade são muito mais ainda do que aquelas que foram colocadas até agora. Eu acho que arrogância seria imaginar que eu pudesse desempenhar uma missão para a qual eu tenho realmente dúvida de estar a altura, sem ter condições de trabalho", afirmou.

Carlos Minc admitiu que as conversas que manteve até agora com o presidente Lula o levam a crer que ele vá realmente assumir o ministério. Ressaltou, porém, que as condições necessárias para que possa vir a desempenhar um bom trabalho são ainda maiores dos que a que já foram até então divulgadas pela imprensa.

Minc citou como exemplo a própria situação do Estado do Rio, onde chegou a recusar por três vezes o pedido do governador Sérgio Cabral antes que decidisse assumir a Secretaria do Ambiente, e só o fez, segundo ele, após ter recebido garantias de que teria condições adequadas de implantar a sua filosofia de trabalho.

"O Sérgio [Sérgio Carbral, governador do Rio] me deu realmente todas as condições de trabalho. Eu preparei dez decretos --desde o que determinava que todas as habitações construídas tivessem energia solar até 'guardas-parque' [bombeiros para tomar conta das unidades de conservação] e ele assinou todas as dez", afirmou.

"Eu tive os recursos do Fecan [Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano], as leis na Assembléia, apoio político, apoio administrativo. Não tinha uma reunião com o presidente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] ou da Petrobras que eu não fosse também. Eu participava, por exemplo, das reuniões do Conselho Econômico do governo, que juntavam os seis secretários que discutiam a estratégia econômica. Então, o meio ambiente estava bem na fita, estava musculado. E isto possibilitou que eu pudesse conceder mais rapidamente os licenciamentos ambientais".

Carlos Minc elogiou a ex-ministra Marina Silva e o ex-governador do Acre Jorge Viana, que, segundo ele, está "mais preparado para a missão".

Minc adiantou que, se assumir o cargo, vai levar para Brasília parte da sua equipe atual da Secretaria do Ambiente. "Só não poderei assumir o cargo se o presidente fizer exigências as quais eu não possa cumprir, o que me parece não ser o caso".
[Agência Brasil]

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